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Você é um líder servidor?
O grande nome da Liderança Servidora é o ex-CEO da AT&T, uma das maiores empresas de telefonia americana, Robert K. Greenleaf. Após se aposentar, ele inicia uma segunda carreira como escritor e consultor, e no início dos anos 70 publica um ensaio que revolucionaria a maneira de se pensar sobre liderança, chamado: The leader as servant (O líder como servo), no qual ele diz:
“O líder-servidor é servidor antes de mais nada. Tudo começa com o sentimento natural de que ele quer servir, e servir acima de tudo. Então, esta escolha consciente o leva a aspirar à liderança. Essa pessoa é bastante diferente daquela que é primeiramente líder, talvez pela necessidade de atenuar uma ‘fome de poder’ não-usual ou de realizar-se materialmente… O ‘líder-primeiro’ e o ‘servidor-primeiro’ são dois opostos extremos. Entre eles, há tons e misturas que são parte da infinita variedade da natureza humana.”
E segue:
“A diferença se manifesta no cuidado que o ‘servidor-primeiro’ demonstra ao certificar-se de que as maiores prioridades do outro estão sendo atendidas. O melhor teste — e mais difícil de se administrar — é: aqueles que são servidos crescem como pessoas? Enquanto são servidos, eles se tornam mais saudáveis, mais sábios, mais livres, mais autônomos, mais propensos a tornarem-se, eles próprios, servidores?”
Para Greenleaf, um líder não nasce sendo líder. A liderança é algo que se aprende e não é inato a ninguém. Bem diferente do que vemos hoje em dia, não é?
Enquanto a liderança tradicional é baseada na acumulação de poder e estar no local mais alto da pirâmide, a liderança servidora se baseia no pensar no outro, no bem-estar da comunidade que se está inserido, no desempenho do próximo. O líder servidor compartilha o poder com os outros.
No artigo, ele discute os 40 anos que esteve a frente da AT&T e todos os programas de crescimento de funcionários que criou internamente. Para ele, servir pessoas faz com que elas cresçam de forma natural, tornando-se mais saudáveis, inteligentes, livres e autônomas. Características essas, necessárias para novos líderes.
O livro “O monge e o executivo – uma história sobre a essência da liderança”:
Em geral, a liderança tradicional implica o exercício do poder por quem está no “topo da pirâmide”. O livro “O monge e o executivo – uma história sobre a essência da liderança” traz reflexões sobre um tipo diferente de liderança dentro e fora de empresas.
A liderança servidora é um mix entre líder e funcionário. Um líder que concentra as necessidades dos seus funcionários antes mesmo das suas. Que trabalha em conjunto com sua equipe, não fazendo distinções e gerando ensinamentos. Ele é um facilitador dentro da empresa e não apenas o chefe que dá somente as diretrizes.
E quais são as características necessárias para se tornar um líder servidor?
- Foco nas pessoas: Acreditar no desenvolvimento pessoal de cada um. É necessário um papel de administrar e de distribuição de poder.
- Capacitar e desenvolver pessoas: Dar responsabilidade no local de trabalho para as pessoas, para que haja responsabilidade natural durante o processo. O líder reconhece os pontos fortes e fracos desses funcionários, para entender qual a melhor maneira de incluí-lo no processo. Além de gerar incentivo ao crescimento pessoal e profissional.
- Humildade: Os colaboradores podem ajudar muito o líder. O líder deve ter a capacidade de receber sugestões e feedbacks. Os profissionais precisam estar abertos para aprender uns com os outros. Isso gera crescimento e fortalecimento do local de trabalho e convivência.
- Ser um exemplo: Compreendendo as ações de liderança e entendendo que seu trabalho, sua opinião e sua existência naquele local é fundamental, o colaborador perde o medo de desenvolver suas tarefas.
- Empatia: É importante que haja o entendimento sobre o trabalho do líder. Todos possuem medos e anseios, com o líder não é diferente. Se colocar no local do outro independe do local de poder que aquela pessoa ocupa.
- Direcionamento e clareza: Com a comunicação fluída e transparente, se torna mais fácil alinhar os objetivos e metas. Quais são as expectativas. Quais os caminhos devem ser trilhados.
Um último item que eu acho muito importante é:
- Necessidade x Realidade:
O líder deve fazer um trabalho de curador. Ou seja, entender quais as demandas necessárias e quais as maiores necessidades. Diferente de realizar as vontades de cada colaborador. Vontade não é necessidade.